Uma história de colesterol na família - AHF Colesterol

Uma história de colesterol na família

Esta história foi relatada por Jon Caswell e publicada no site da FH Foundation em 25/05/2016.

Para Bill Linsman de Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos, parece que ele sempre teve problemas cardíacos, mas o mesmo ocorreu com o pai dele. Bill teve o seu primeiro ataque cardíaco com a idade de 38 anos, e ele foi submetido a uma cirurgia de derivação coronária (popularmente conhecida como “Ponte de Safena”), quando ele chegou aos 50 anos.

Ele teve outro infarto do miocárdio em 2008, aos 63 anos de idade, e foi submetido a uma angioplastia, com a colocação de stents nas suas artérias coronárias. Ele só soube da causa real dos seus problemas de coração mais de 20 anos depois do primeiro infarto do miocárdio, que ocorreu em 1984.

“Eu sabia que eu tinha altos níveis sanguíneos de colesterol, mas eu não sabia que eu tinha uma doença genética, que aumentava o meu risco de ter doenças do coração”, disse ele. Esta doença hereditária, chamada hipercolesterolemia familiar (HF) produz altos níveis sanguíneos de colesterol em idade mais jovem que as demais pessoas.

“Tecnicamente, podemos dizer que a HF é uma doença genética autossômica dominante, o que significa que, se você a tiver, você a herdou de um dos seus pais”, disse o Dr. Joshua Knowles, Professor Assistente de Medicina Cardiovascular da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. “E, se você a tiver, os seus filhos têm uma probabilidade de pelo menos 50% de herda-la”. O Dr. Knowles é o Consultor Médico Chefe da FH Foundation.

 

A situação

Se nós comermos produtos de origem animal, nós ingerimos colesterol como parte da nossa dieta. Mas, se nós não comermos produtos de origem animal, o nosso fígado sintetiza o colesterol, que é exportado para outras células, nas quais ele é usado para construir as membranas celulares, entre outras coisas.

Diz ainda o Dr. Knowles que “Você pode pensar sobre a HF como um defeito da capacidade do corpo humano de reciclar o LDL colesterol (também conhecido como mau colesterol)”. Consequentemente, os níveis sanguíneos do LDL colesterol permanecem muito altos e, no decorrer do tempo, causam problemas nas artérias e placas de ateroma se desenvolvem.

Eventualmente, este processo aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como a doença das artérias coronárias, que pode levar a um infarto do miocárdio, como ocorreu com Bill Linsman.

Ainda de acordo com o Dr. Joshua Knowles, “Nós nunca encontramos uma pessoa com HF, nós encontramos famílias com HF”.

O Dr. Knowles enfatiza que a HF não pode ser tratada apenas com dieta e exercícios físicos. Um paciente com HF precisa, além da dieta e dos exercícios físicos, de tratamento medicamentoso, que já descrevemos em outros artigos anteriores (veja mais sobre em Praluent e Repatha)

Importante: A Dra. Maria Cristina de Oliveira Izar, Professora Afiliada Livre Docente Setor de Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular, Disciplina de Cardiologia, Universidade Federal de São Paulo e Vice-Presidente do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia biênio 2016-2017, entre outras coisas, destaca que Repatha e Praluent não são a primeira escolha, em termos de medicamentos. Há ainda as estatinas, ezetimibe e ácido nicotínico, ou mesmo resinas, como terapias convencionais, e que muitos pacientes já foram, até hoje, controlados com estes medicamentos.

Segundo o Dr. Knowles, se o paciente foi precocemente diagnosticado e agressivamente tratado, o prognóstico é excelente. Geralmente, eles têm uma boa qualidade de vida.

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Se você tiver colesterol LDL acima de 210 mg/dl e membros em sua família com infarto em idade inferior a 45 anos, entre em contato com o InCor pelo e-mail hipercolbrasil@incor.usp.br enviando como anexo uma cópia ou foto do seu exame de colesterol junto com um número de contato telefônico. A Equipe do Hipercol Brasil entrará em contato com você!

Continue visitando o nosso site para aprender mais sobre a HF. Leve esta notícia ao seu médico. Espalhe que a HF é tratável, quanto mais cedo diagnosticado melhores são os resultados. A HF é familiar, passa de geração em geração, portanto todos precisam ser diagnosticados.

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