No II Encontro de Hipercolesterolemia Familiar ocorrido no dia 28 de maio de 2016 no Hotel Transamérica em São Paulo, a Dra. Isabela de Carlos Back, PhD, Pediatra e Cardiologista de Florianópolis, com tese de mestrado em lípides séricos em crianças, fez uma apresentação sobre o tema “A HF na infância e na adolescência”, na qual citou o artigo de J. Rodenburg e col. “Statin Treatment in Children with Familial Hypercholesterolemia”, publicado em Circulation 2007:116: 664-668, que resumimos a seguir.
Contexto
Dizem os autores que eles demonstraram previamente, num ensaio clínico randomizado e controlado com placebo, que o tratamento com pravastatina durante 2 anos induziu uma regressão significativa da espessura das camadas íntima-média da artéria carótida (EIMAC), em crianças com hipercolesterolemia familiar (HF), com idade entre 8 e 18 anos.
Subsequentemente, eles continuaram a seguir essas crianças, para explorar a relação existente entre a idade do início do tratamento com a estatina e a EIMAC, após o seguimento do tratamento com a estatina. Os autores também examinaram aspectos relacionados à segurança do tratamento com estatina durante este seguimento de longo prazo.
Métodos e resultados
Todas as 214 crianças que participaram inicialmente no estudo anterior controlado com placebo foram elegíveis para o estudo de seguimento. Após o término do estudo controlado com placebo, todas as crianças continuaram o tratamento com 20 ou 40 mg de pravastatina, dependendo da idade.
Amostras de sangue foram regularmente colhidas para dosagem dos lipídeos e para avaliação dos parâmetros de segurança, e a medida da EIMAC foi realizada após um período médio de tratamento de 4,5 anos.
Os dados do seguimento de 186 crianças estavam disponíveis para análise estatística. Análises multivariadas revelaram que a idade do início do tratamento com a estatina foi um preditor independente da EIMAC após o seguimento com ajuste para o EIMAC no início do tratamento com a estatina, sexo e duração do tratamento.
O início precoce do tratamento com a estatina foi associado a uma EIMAC subsequentemente menor. Além disso, não foram relatados eventos adversos laboratoriais graves durante o seguimento, e o tratamento com a estatina não teve efeitos indesejados sobre a maturidade sexual.
Conclusões
Estes dados indicam que o início precoce do tratamento com estatina retarda a progressão da espessura das camadas íntima-média da artéria carótida em adolescentes e em adultos jovens.
O presente estudo mostrou, pela primeira vez, que o início precoce do tratamento com estatinas em crianças com HF pode ser benéfico na prevenção da aterosclerose na adolescência.
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